Caso Mariana Ferrer

 Casos de crimes sexuais são sempre difíceis, caso as pessoas envolvidas não sejam robôs ou psicopatas há dificuldade em trabalhar com esses processos.

Por todos os lados há o desespero, da vítima que, até que se prove o contrário é vítima, da sua família, dos seus amigos, do acusado que, até que se prove o contrário é inocente.

Neste momento, não há livre diálogo, existem pessoas com opiniões opostas que não conversam. Estamos sempre em pé de guerra, não há compreensão e tão pouco compaixão. 

O primeiro ponto que quero aprofundar é o comportamento do advogado de defesa durante a audiência de instrução. Sua intenção é clara: humilhar a vítima, chamá-la de promíscua por fotos que postou em suas redes sociais, afirmando que ela não é virgem e a tratando pior de que um acusado de homicídio.

Essa afirmação da Mariana é bem verdade, nos júris que já assisti e fiz os acusados são tratados com respeito, quando não foram advogados e juízes seguram a onda dos trabalhos. Mariana, vítima, estava sendo tratada sem respeito algum e pasmem: sem a menor necessidade.

O único objetivo do advogado era tirar a atenção dos fatos, intimidar a vítima, usar das emoções contra ela para criar uma dificuldade a mais para que ela respondesse as perguntas. 

Esse comportamento é inaceitável, vil e não foi interrompido. Este é o segundo ponto, o juiz preside a audiência e deve garantir a ordem e que ninguém atue com excessos. Eu já tive perguntas em audiência negadas por muito menos, não faz parte da minha atuação tratar ninguém com desprezo, já tratei bem ladrões, homicidas e pedófilos.

Esse controle faz parte da profissão, educação e muito mais da humanidade. é exatamente isso que falta, humanidade. E por isso é tão difícil tratar a vítima como vítima e o acusado como inocente até que se prove o contrário.

Espero que após a atenção que esse caso teve sejam tomadas medidas para evitar mais situações absurdas como essa. Que o advogado e juiz tenham suas posturas analisadas pela OAB, pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ, respectivamente. 

Mas a minha maior vontade é que as pessoas vejam esse caso e sempre se lembrem do que não deve ser feito, como não se deve tratar outro ser humano e, principalmente, que para defender seu cliente não há necessidade de atacar a vítima.

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Leiam a reportagem 

https://www.em.com.br/app/noticia/nacional/2020/11/05/interna_nacional,1201376/julgamento-do-caso-mariana-ferrer-revela-justica-com-pe-no-seculo-19.shtml


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